quinta-feira, 8 de maio de 2014

Alvoroços


Em dias como o de hoje, a cidade começa a transformar-se. Quem cá mora sabe do que falo.
Quem cá estuda também.

Abundam camiões das conhecidas marcas de cerveja parados à porta de cafés a descarregar grades.
Estão montadas barraquinhas das ditas marcas, para a festa anual que começa hoje às 00h com os primeiros acordes da serenata. Preparam-se os mega convívios. Anda tudo num alvoroço.
As conversas de fundo são de flores de papel, alguidares gigantes para o gelo para manter as bebidas frescas, e sandes de leitão.
Aparecem nas varandas as capas a arejar do bafio do inverno e dos banhos de cerveja e espumante.

Eu, que fui estudante nesta cidade e desta Universidade tenho um lado saudosista destes tempos.

Mas entretanto adquiri outros. O de mãe e o de trabalhadora, nesta mesma cidade.
Com rotinas e horários a cumprir.
Nem me imagino a fazer noitadas. Mega convívios e noites perdidas tenho eu em casa com 2 meninas.
E isso já me cansa o suficiente!
Há uma certa incompatibilidade em fazer uma vida dentro de uma certa normalidade e estes alvoroços.

Sem paciência para carros em cima do passeio ou dupla fila e grupos que se atravessam fora das passadeiras.

A cidade aparentemente pára para a Queima das Fitas, mas as escolas não fecham, as atividades das meninas continuam, e não me dão férias. Sei que amanhã me esperam cheiros nauseabundos na rua.

Gosto da cidade. Gosto das tradições.
Mas ainda assim....
Estou prestes a fazer uma petição para que se crie uma faixa de rodagem só para mães nesta época do ano!



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