sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Cor da pele


Durante o ano escolar a R tinha um trabalho para fazer, no âmbito da expresão plástica, que consistia em criar a cor "cor da pele" com recurso a lápis de outras cores como castanho, amarelo, laranja, rosa....

Não teve muito boa nota. Estava desanimada.
Perguntei-lhe porquê? O que é que lhe tinha corrido mal?

E ela respondeu:
"A cor de pele que eu pintei estava um bocadinho escura. Carreguei muito no castanho."

De facto lembro-me de em miúda as nossas caixas de lápis de cor não terem a dita cor da pele.
Havia castanho e amarelo. Ponto.
Também é normal que tenhamos tendência a pintar a cor da pele conforme a nossa ou conforme a pele da maioria das pessoas que nos rodeiam...daí que geralmente deixava a cara e mãos dos bonecos a branco ou pintava de amarelo clarinho...

As minhas filhas quando escolhem os lápis de cor para a escola também costumam verificar se tem a "cor da pele"...

Isto deixou-me a pensar....
Porque é que a cor "Cor da pele" tem que se chamar assim?
Será que num país de meninos castanhos (como as minhas filhas diziam) também se designa assim?
Então numa turma com meninos de várias cores, como se pinta da "cor da pele"?

Devia mudar de nome. Assim como a cor das bases...
Podia ser:
Areia; Bege amarelado; Bege rosado; Bege dourado; Amarelo pálido; Branco sujo; Cara pálida;  Cor de burro quando foge....
Sei lá!

Bem vistas as coisas, o trabalho da R não estava mal....apenas tinha outra "cor da pele"...






quarta-feira, 13 de agosto de 2014

(sem título)

É impossível ficar indiferente ao grande senhor do cinema que desapareceu.
Acho que estava habituada a ligar a TV e ele andar por ali.
Nos serões, nas tardes de cinema de sofá.
Filmes que se viam sempre, nem que fosse a vigésima vez.
E que de cada vez sacavam sorrisos, gargalhadas e lágrimas.
Talvez fosse esta versatilidade de alternar do humor para o drama, e ser tão bom nos dois que me cativavam.

Sem dúvida que o "Clube dos poetas mortos" será O filme que mais me marcou.
Sabia falas de cor. Frases. Momentos do filme.
Talvez pela minha idade. Talvez porque sonhava ter um professor assim. Talvez porque nos pusesse a pensar.

O "Despertares", que adorei e que mexe comigo ao ponto de me perturbar.
O "Good Morning Vietnam" que vi várias vezes com o meu pai.
O "Patch Adams"que com certeza abriu muitas portas a mudanças de mentalidade.

Sei que era um personagem, como eram todos.
Sei que as frases não eram dele. Sei que eram papéis, interpretações.
E sei que todos lhe encaixavam na perfeição. Todos transmitiam alguma coisa. Ninguém ficava indiferente.

Hoje em resumos nas TV´s, na Net, reparei que são tantos os filmes que afinal vi...que nem me lembrava ...
O "Hook", em que era um grande Peter Pan, o "Popeye", "Uma noite no museu", o "Jumanji" ....tantos tantos! Horas de puro entretinimento. Sem sensação de tempo perdido.

Fiquei curiosa de ver os que não conheço ainda.
E de rever todos!!

Quero apresentar o Robin Williams às minhas meninas.
Aproveitar tardes de sofá para lhes mostrar o (a) "Mrs Doubtfire".

De repente fiquei com uma vontade de ter a coleção inteira!
Há mais actores, muitos até, que admiro, que enchem o ecrã, mas talvez não tenha esta sensação com mais nenhum.

Ele vai continuar por ali na nossa TV. Tenho a certeza.
E as suas personagens vão continuar a passar mensagens...daquelas demasiado simples e que esquecemos depressa demais.


"No matter what anybody tells you, words and ideas can change the world"
"Look at things in a different way"
"Seize the day"
em  Dead Poets Society

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Problemas com pões

R pega no livro destinado a trabalhar nas férias.
Já fez os T.P.C. Agora falta o livro de fichas indicado pela professora.

Não sou adepta de uma ficha por dia nem sabe o bem que lhe fazia, mas pronto está na hora de ver se se lembra como se segura o lápis de grafite....antes que de repente entre setembro e o livro esteja em branco....sim, já vi este filme...
Ainda assim prefiro que elas desliguem mesmo uns dias.....afinal é para isso que servem as férias.
Mas aceito que só esta dualidade estudar/descansar nas férias grandes dava pano para mangas!!!!

Pronto, dito isto, foi dia de pegar no livro. Já desligou bastante!
Saltou logo o Português, que é preciso escrever muito e o pulso ainda não está preparado para frases compridas.
Matemática.
Sai um problema com o querido mês de agosto, adequado portanto (em minúsculas como manda o novo acordo).
"Uma menina come um pão por dia e a mãe come 3 por dia"
A sério?!?!
A mãe da menina come 3 pães por dia?! Não será demasiado hidrato de carbono!?

A R lá foi resolvendo o problema por partes, com uma ajudinha extra da mana, que isto depois do Refresh custa um bocadito a arrancar.
Eu ía deitando um ouvido. Havia alguma coisa que as fazia rir.

- "Mamã, no meu livro está escrito pões!!!"
- E então? (a palavra pões podia estar bem....dependeria da frase onde estava inserida)
- "Pões em vez de pães!"

Fui ver. E não é que estava mesmo!?!?!?!?
Acredito que seja uma gralha.
Mas num livro do 2º ano....não devia acontecer pois não?!

E que tal um maior rigor na correção de gralhas?
E que tal um bocadinho mais de imaginação na elaboração dos enunciados?
E que tal mudar o pão por peças de fruta?

Pelo menos, fico feliz por a minha menina ter identificado o erro!


sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Pé descalço


Ainda ando a dar saltinhos a julho.
É mês de Capoeira.
Mais uma graduação para cada uma.

Há ginástica. Há capoeira.
Se a primeira tem o rigor do tudo esticadinho e da disciplina, a segunda tem a boa disposição e descontração brasileira.
Sinto que se complementam.
Elas gostam das duas.

A capoeira conta uma história. É a expressão de uma cultura. Cantam. 
Aprendem a tocar pandeiro e berimbau.
 A ginástica tem saltos, espargatas, esquemas para memorizar, movimentos precisos, concentração.

Roda vs

Se a parte do exercício físico contribui para agilidade, destreza, coordenação, flexibilidade, equilíbrio, e de certeza mais coisas que não sendo eu perita no assunto não me ocorre enumerar, há mais para além dos movimentos do corpo.

Confiança. Espírito de equipa. Dedicação. Amizade. Laços que se criam. Superação.

Ambas de pé descalço.








31-52 Surpresa

Todos os dias passo por esta janela.
Há vários anos.
Quase sempre à mesma hora.
Com mais ou menos sombras.
Com mais ou menos luz.
Com mais ou menos pó.

Não é bem uma janela. 
Janelas abrem. Esta não.
Todos os dias reparo nela.
Sempre de passagem.
Neste dia havia mais que as habituais sombras.
Uma pequena surpresa.
Do lado de dentro.
Não resisti.
Era o momento de a guardar para sempre.


quinta-feira, 7 de agosto de 2014

30-52 O meu mundo


Pensei em tantos títulos para esta imagem.
Reduz-se tudo a isto:
O meu mundo.

Elas
Nós
Mar
Pôr do sol
Apreciar coisas simples

 É o meu qb.



quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Realidade!


Posso até passar tempo a ver dicas de organização e afixar pins do pinterest com ideias geniais.
Mas quantas vezes passo da ideia gira à ação?!

Tenho umas listas de afazeres pendentes, ideias giras para a casa, ideias para quarto das miúdas, brincadeiras, jogos e atividades para dias aborrecidos....etc

Um conjunto de largo espectro!

Qualquer dia vão as miúdas para a Universidade e ainda eu ando a tirar ideias de como guardar os lápis de cor!

Talvez o problema seja ver as ideias giras dos outros. Fico com as expectativas em alta, porque acho que podia até ser eu a fazer aquilo, nem que fosse só um dia mais tarde!
Há os fatores tempo/vontade/jeito/paciência....tudo a ter em conta.
Eu falho logo em alguns dos acima mencionados! E dos que sobram era preciso que se reunissem em simultâneo...

Nisto das listas de "Coisas para/por fazer", estando aqui incluído todo o universo, desde o concreto até ao sonho....ou seja entre o possível e o imaginário... começo a achar que várias vão transitar para a lista "Há que ser realista! Nunca vou fazer nada disto!".

Talvez reduza a sensação de frustação...e risque, nem que seja mentalmente, vários itens dos assuntos pendentes!




terça-feira, 5 de agosto de 2014

A loucura que ninguém vê!


Folga.
Decido que é hoje que avanço para as roupas das meninas.


 Mas que raio de ideia a minha...
Mais valia ter fechado a porta do armário logo a seguir.
Mas não. Deu-me para pior.
Além do armário ainda fui tratar dos caixotes de roupa na garagem!

Internem-me!

Bem, recuando....
Quando descobri que a minha segunda gravidez traria outra menina, algumas pessoas diziam como se achassem necessário consolar-me  "Pelo menos poupas em roupa"....

Ora não é nada assim! Primeiro nunca precisei desse consolo...adoro ter duas meninas!
(Não sei porque há sempre a ideia do casalinho é que era bom)
Depois, isso do poupar em roupa tem muito que se lhe diga.

Sento-me e sinto-me rodeada de roupa por todas as frentes.
Segue-se a logística da separação.
Os montes.

1. O que já não serve à mais velha e poderá servir à mais nova....um dia.
2. O que ainda poderá servir a cada uma na próxima estação.
3. O que já não serve à mais nova e é para dar:
3.1- à(s) filha(s) da amiga
3.2 - à neta da empregada
3.3- a instituições que precisem

Acho que esta gestão da roupa até melhorava no caso do casalinho, já que aí saltaria o ponto 1.
Era menos um monte.

E porque tenho 2 amores, como o senhor da canção, mas neste caso a única semelhança é serem morenas, há muitos fatores que fazem da frase "Pelo menos poupas em roupa" um mito!

Uma é de outono (a fugir para o inverno) outra de primavera (a fugir para o verão)
Uma sempre teve percentil 95% , outra foi oscilando entre os 10-25%
(De modos que a diferença de 3 anos e meio entre elas se transforma nuns reais 6 anos em tamanhos de roupa.)
As cores preferidas sempre foram diferentes.
Uma gosta mais de vestidos e folhos a outra de calções e t´shirts.
Depois uma mãe de meninas não resiste a umas roupinhas novas. Mudam-se as modas.
Além disso não acho que a mais nova tenha que me fazer lembrar sempre a mais velha.
Cada uma tem a sua própria personalidade não?!
(E depois nas fotografias, ficavam sempre de igual?!?!)

Por estas razões acrescento um monte à lista anterior:

4. O que já não serve à mais velha e a mais nova nunca irá vestir!

Claro que o dia da folga não chegou para tudo!
A roupa parece que cresce e o tamanho dos armários diminui!

E este ano pela 1ª vez criei um monte novo: 

5. Os trapinhos que elas não querem dar / que me trazem tantas lembranças....
(Deste montinho acho que vamos fazer umas coisas giras!)

É a loucura que ninguém vê!
Ao fim do dia fecha-se o armário e por fora está tudo na mesma!
(O que andei eu a fazer o dia todo?!?)
Pelo sim pelo não deixo os sacos no corredor um dia....para aquela sensação de ver bem o que passei o dia a fazer....
Não se vê, mas sente-se!
Estou que nem me mexo.

Gostava de ter um super poder organizativo. 
Daqueles dos conjuntinhos para a semana toda, separados por dias da semana.
E tenho inveja de quem o tem! Assumida!
Acho que traria vantagens nas rotinas cá da casa.
(Claro que com as variações de clima a história destes conjuntos também tem per si muito que se lhe diga)


A identificação do que está nas gavetas e/ou armários teria dado muito jeito...para a autonomia das crianças no vestir.... e quem sabe para o pai da casa, que uns anos depois das crianças nasceram ainda perguntava onde estavam os pijamas...



E ainda há quem organize a roupa conforme as cores do arco íris! 


(Ai há há!! Mas eu não!)



Imagens retiradas da net que nem tive coragem tempo para fotografias!

M12

Julho também teve 1 semana só com a I.
Assim como se fosse filha única. 
É sempre um bocadinho estranho. 
Falta algum reboliço cá por casa. 
Deu para saborear mais os momentos a duas.

O MFU (Momento Filha Única) da semana foi: 1ª sessão de cinema Maiores de 12 anos; mãe e filha!
Bem, maiores de 12 será um filme a partir dos 13 anos, matematicamente falando.
Ela ainda tem 11...a caminho dos 12...
(Fez-me lembrar a música do "Música no Coração" - Sixteen going on seventeen...)

Fico aqui com este "ainda" a latejar...ainda tem 11?
Na minha cabeça paira o JÁ tem 11!

Isso! Já tem 11! Quase 12!
(Como chegamos aqui tão depressa?!?!??)


Quanto ao filme:
Foi a choradeira pegada. Teve Drama e Romance como previsto.
Já sabíamos que ía ser triste. 
Ela já conhecia a história.
Somos parecidas nisto da lágrima fácil.

Palpita-me que vêm mais M12 por aí!
Espero que um ou outro comigo.

17.07.2014


segunda-feira, 4 de agosto de 2014

29-52 Imaginar


A ginástica anda por todo o lado.
Passo a vida a dizer, "olha que cais", "não corras", "ainda torces um pé"....assim na onda de mãe chata.
Acho que vou desistir...
Já não há nada a fazer.
Ela corre, salta, faz rodas, pinos no sofá.

Qualquer barra de ferro se transforma numa trave de ginástica artística!
Não dá para piruetas e coisas complicadas mas dá para brincar

E ainda fez saída em carpa (linguagem de ginástica)...eu é que não fui rápida a fotografar (telemoveis!)

É só imaginar!


28-52 - Experimentar


Andava há algum tempo para incluir a Pintura nas atividades de férias escolares.
Ainda não se tinha proporcionado.
Foi este ano.

Todas as tardes de uma semana.
Tintas, pincéis e telas não eram novidade.
Mas experimentar a sério é outra coisa!
Deslumbrou-se com as técnicas. Saboreou o sossego. Gostou de "estar a sós com os seus pensamentos".

Ficou fã. Repetiu na semana seguinte.
Em Setembro leva a irmã.

Balanço de 10 tardes: 3 telas!
Daqui a nada não temos paredes!


domingo, 3 de agosto de 2014

Dia 6 - O fim!

Um breve diário de uns dias de férias.
26.07.2014 - Dia 6

A manhã não trouxe melhorias na barriga da R.
Entre as decisões de voltar a casa já ou mais logo, fomos tomar o pequeno almoço em frente à praia.
As barrigas das crianças têm destas coisas. Melhoram do nada.
Depois de ver as vistas das redondezas, já lhe cheirava a sardinha assada, e decidiu que com uma sopa e um gelado ficaria como nova!
Assim foi.
Nem tentei dizer que talvez gelado não fosse a melhor opção para uma barriga combalida....

E antes de repetirmos a praia do Dia 2, ainda houve tempo para o tereré da praxe.


Com uma R nova decidimos então manter o plano de iniciar viagem ao fim do dia.
E aqui, pertinho do lugar de Porto Côvo, demos os últimos mergulhos da semana.


Agora, toca a subir.
Quase tal e qual como descemos.
Em Alcácer paramos num café/padaria/pastelaria para comprar pão. Fim de tarde.
Estavam vários senhores a olhar para a TV e a falar com  para a mesma. Nada de estranho pensei. Mais um jogo de futebol. Não havia pão (e recebi aquele olhar, ó menina pão a esta hora?!). Olho então para a TV.
Era tourada! Os senhores com os seus "sai daí!", "Olhó o que estás a fazer!" falavam portanto para o cavaleiro!

Somos mesmo um país tão pequenino e com tanto de diferente no nosso lés a lés.



Última paragem: Batalha.


Uma ficou fascinada com a História que o Mosteiro esconde.
A outra assustada com o cavalo da estátua do Nuno Álvares Pereira.
Assim no lusco fusco confesso que o conjunto intimida...












Ficamos de voltar.

À costa alentejana.
Às tantas praias que ficaram por conhecer.
Ao Mosteiro, pelo menos com a I.
E ao Badoca Park, que incrivelmente decidiram trocar por um dia de praia!

Afinal já tinham visto avestruzes esta semana!




6 dias do melhor que há!
Já tenho saudades.

Dia 5 - A Pedra no sapato


Um breve diário de uns dias de férias.
25.07.2014 - Dia 5

Voltamos a "Ó de seis" como prometido.
Tivemos uma noite atribulada para a R, seguida de manhã não mais animadora.

As nossas férias tem quase sempre a tal da pedra no sapato.
Desde otites, a dentes partidos, a fagulhas do churrasco dentro do olho, temos tido de tudo!
Estou como os espanhoís "no creo en brujas pero que las hay las hay"....
É que só pode mesmo!
Desta vez foi uma indisposição acompanhada de umas dores de barriga, o que à distância de mais de 1km do Hospital Pediátrico como me habituei, me parece sempre mais complicado.

Não tivemos vontade de almoçar.
Ficamos na praia as duas, na sombra.
Depois de perguntar se podia dormir lá se rendeu ao sono (tinha vergonha de adormecer na praia, afinal talvez nem se lembre de o ter feito alguma vez).
Dormimos as duas.
Acordei toda empenada de tão torta que estava, com ela em cima de mim. Ainda fiquei assim mais um tempito para ela não acordar. Tentei, ainda nesta posição fazer um montinho de toalhas para ela se encostar. Lá saí devagarinho com muito cálculo e estratégia, enquanto lhe segurava na cabeça, para me substituir pelo montinho das toalhas. Consegui! Não acordou!

(Voltei mentalmente aos tempos em que eram bebés e adormeciam em cima de mim e fazia quase ginástica para as deitar na cama sem que acordassem....ou isso ou a um filme do Indiana Jones em que ele substitui o peso por sacos de areia para evitar a calamidade iminente!)



Estando a irmã em modo off, a I fez uma amiga de praia. Daquelas que parecem almas gémeas.
Mesma idade. Mãe gosta de fotografia, pai anda de bicicleta. Coincidências.
Deram-se logo bem.
Identificaram-se uma com a outra.
Pena ter sido só um dia.

Felizmente dormir parece acalmar tudo. E na praia melhor ainda!
Arranjaram mais uma amiga e ficaram quatro que já dava para uma partida de (ora aqui vai uma palavra que nunca escrevi antes mas que disse muuuuuitas vezes)  Kem´s, lido "Queime-se"... Um flash de infância.

Ainda deu para banhos, brincadeiras, ginástica e uma musiquinha ao vivo para acabar o dia.



Parecia tudo mais calmo!
E eu respirei de alívio.

Dia 4 - Ó de seis!


Um breve diário de uns dias de férias
24.07.2014 - Dia 4

A R descobriu o que era um verdadeiro banho de mar.
Divertiu-se. Nadou. Saltou. Mergulhou nas ondas.
Ela já me tinha ouvido dizer que era mais fácil aprender a nadar no mar.....mas olhava-me de lado com ar desconfiado.
A temperatura da água, menos agreste que a do litoral norte, aliada ao facto de ter pé por ali fora, deu-lhe o conforto e a coragem necessária para enfrentar as ondas (as pequeninas).
A I ganhou uma amiga para as brincadeiras na água. Divertiram-se as duas juntas.


Ouvi-as dizer "Afinal prefiro o mar em vez da piscina! "....inédito!
Eu que adoro praia e banhos de mar ganhei duas companheiras!

Odeceixe foi a praia deste dia. Mais uma na lista das preferidas.
A R ficou rendida à prancha de bodyboard que decidiram comprar as duas, a meias. Foi bem melhor do que comprar a toalha de praia da Violleta, concluiu logo depois do 1º dia de utilização!

Entre o mar, o rio e a corrente que se gera entre os dois, lá andaram felizes da vida!

Nunca tinha assitido à despedida de fim de dia da equipa de nadadores salvadores.
19h30. Apitam 3 vezes. Dizem até amanhã. O pessoal ainda presente bate palmas. Retiram a bandeira que indica o estado do mar, a bandeira azul e as placas de sinalização de praia vigiada.
O dia acabou.
A R achou que tinhamos que ir embora....
Ainda ficamos um bocadinho depois da praia fechar.



Demos passeios àquela hora dourada. Brincamos com o sol.




Ao fim do dia perguntaram como se chamava a praia.
Não tinham fixado bem o nome. Queriam registar na memória para mais tarde voltar.
Ambas julgavam que era "Ó de seis".....
Nunca tinham visto a palavra escrita em lado nenhum.....realmente se só ouvirmos dizer lá que parece parece!

E assim ficou prometido voltar a "Ó de seis".... nós os quatro!

sábado, 2 de agosto de 2014

Dia 3 - O cheiro das férias!


Um breve diário de uns dias de férias
23.07.2014 - Dia 3

Não sei que horas são.
Não sei e não me interessa muito saber. Não preciso.
Só sei que vamos descer mais um bocadinho. Outra praia. Uma ou duas. Logo se vê.
Mais banhos, mais mergulhos, mais passeios.
Mais um pôr do sol.

Fomos conquistadas pelas praias do sudoeste alentejano.
Aqui também cheira a doce.
Eu costumo dizer quando vamos de férias "Já cheira a Algarve!"
As meninas também descobriram este cheiro inconfundível de praias mais a sul.
Sei que lhes vai ficar na memória olfativa sempre.
Por vezes lá diziam "Olha mamã, aqui também cheira a Algarve!"
Mas este cheiro, além do doce algarvio a alfarroba, tem um bocadinho de selvagem, de calma, do tempo que corre lento longe das multidões...
Memórias.







sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Dia 2 - Planos


Um breve diário de uns dias de férias
22.07.2014 - Dia 2

Planos das miúdas:

Contruir piscinas na areia
Lutas de areia
Banhos de mar
Jantar a ver o mar
Ver o pôr do sol
Cantar parabéns ao pai com uma taça de gelado

Parece-me bem.
Adjudicado!


Ainda assim houve pequenas alterações.
Os parabéns foram ao acordar. Sem a taça de gelado.
Houve gelados antes do almoço.  (ups, isto deve quebrar umas quantas regras de parentalidade consciente...)
Entre os banhos de mar e as lutas de areia requisitaram o pai para um trio de ginástica acrobática.

Tudo sem relógio.(Lá vão mais umas quantas regras.....)


Acho que as únicas horas que se mantiveram foram as das marés.
A Natureza foi andando sem se importar com os nossos ritmos.

Dia perfeito.
Com quase nada e cheio de tudo.










Dia 1 - Para baixo

Um breve diário de uns dias de férias.
21.07.2014 - Dia 1

A caminho de algures na costa vicentina de casa às costas.
Tudo sobre rodas.
Devagar como o caracol e a tartaruga.
Estrada Nacional como se fazia antes.
Lembrei-me das viagens de 10h até ao Algarve na minha infância.
Atravessamos estradas ladeadas de pinheiros mansos, dos melões de Almeirim, dos cafés com fitinhas coloridas nas portas para manter as moscas do lado de fora, dos ninhos de cegonhas, dos arrozais, dos sobreiros descascados, das praças de touros.
Os cartazes com letras gordas "Há melão, melancia, fruta variada".
E o cartaz mais estranho que vi este ano na beira da estrada alentejana: "Há Cereja do Fundão" seguido a menos de 3 metros de outro "Há galinhas, perú e patos"....mas estes sem referência à origem.
Havia também um sobreiro que além do tradicional número pintado a branco chamava-se Noddy! Aliás, este sobreiro Noddy estava acompanhado por outros também com nomes que agora não me chegam à memória.
Voltei a usar alpercatas. Sim, era assim que lhes chamava e aqui diz que está correta a designação, apesar de agora as da moda serem alpergatas. Cheguei a ter, em tempos idos, umas de cada cor e era tão baratinho e confortável...dava sempre a sensação de verão, férias e praia! Sou fã.


Enquanto o pai da casa vai ao volante, vou pensando se trouxe tudo (tenho sempre aquela sensação que me esqueci de alguma coisa que me vai fazer muita falta), as meninas vão entretidas a jogar cartas, a ouvir músicas, cantarolar, dormitar, implicar uma com a outra.....afinal há tempo para tudo.
"Quanto tempo falta para chegar!?"  é já a pergunta da praxe em viagens com mais de 15 minutos, mas que desta vez ouvi menos, já que a novidade da autocaravana, tornou a viagem parte integrante da aventura. Recomendo!
Fomos de mapa, daqueles de papel!
Mais para o fim lá recorremos ao GPS, já que com o escurecer escapou-se-nos uma placa antes de Sines e dado que havia falta de mais umas quantas placas que teriam sido de grande ajuda, demos umas voltas a mais....

(Alguém me explica o que se passa com o cromossoma Y e o eterno problema de parar para perguntar a um autóctone e portanto potencial portador de informação preciosa, a direção para algum lado?! Lá paramos, após uma curta troca de ideias...mas perguntei eu....e ainda assim, seguimos o GPS....)

A procura do primeiro parque para pernoitar, fez-nos fazer mais uns Km do que o previsto.
Saltamos o jantar.
Chegamos finalmente.
De repente lembrei-me do que me esqueci!
O vinagre balsâmico.
Não deve ser grave.

Silêncios

Adoro os silêncios de férias na praia.

O rebentar das ondas.
As gaivotas.
As conversas ao longe.
O jogo das raquetes.
O "Olhá Bola de Berlim".
O abanar dos guarda soís ao vento.

Sons que são férias.
Férias que sabem a longe.
Os meus silêncios de verão.