terça-feira, 30 de setembro de 2014

32-52 - Aromas


Enquanto não vou à Provence...
Vou ficando pelos aromas e cores que cá chegam.


Isto pega-se!


Esta noite ao deitar a I estava a ver um livro.
Sim, a Ver um livro. "Maravilhas da Natureza"
E a ler. A ler as pequenas legendas que acompanham as imagens.
Estava a marcar as páginas com post its coloridos, como quem marca a matéria que sai para um teste da escola. Mas desta vez tinham outro propósito.

Marcavam os sítios onde um dia ela gostava de ir.
Sei que é assim que começa. Que das páginas dos livros e revistas saltam imagens ou histórias que nos fazem apaixonar por sítios onde nunca estivemos.



Em destaque estavam:

Grand Canyon 
("E ao pôr do sol é que deve ser giro, e já viste os animais que há lá? Já me estou a imaginar a andar por ali...")

Fiordes da Noruega

Amazónia


"Quero dar a volta ao Mundo. Vou começar a fazer uma lista!
Porque é que para viajar é preciso pagar?"

Partilho desta vontade de conhecer mundo.
Talvez tenha desistido a certa altura de fazer uma lista. Havia demasiados sítios para lá pôr...e tornava-se sempre mais difícil fazer vistos.
A mim basta dizerem-me para fazer as malas. Onde vou é pouco importante.
E devia ser gratuito pelo bem que faz!

Confirmo, este bichinho das viagens pega-se!
Isto do IR uma vez instalado é dificil de curar.



segunda-feira, 29 de setembro de 2014

TPC - Quebrar as regras!

Isto deve ir contra todas e quaisquer recomendações para "Como fazer os TPC (Trabalhos para casa)!"....
Ainda assim arrisco.

Desde que tenho crianças em idade escolar, que os TPC lá foram entrando pelas nossas vidas adentro.
No sentido de criar bons hábitos de estudo, devem estar reunidas algumas condições, que apesar de escritas por aí em todo o lado, passam por um bocadinho de bom senso.

Local idealmente local sossegado, sem distrações
Fazer os TPC sempre no mesmo sítio.
Ambiente propício ao estudo. Onde apetece estar. Aprazível.
Boa iluminação.
Secretária espaçosa.
Material escolar organizado.
Cadeira ergonómica.
Não devem ser feitos depois do jantar.
Primeira coisa a ser feita quando se chega da escola.
Breve pausa no meio do estudo para evitar fadiga cerebral e ocular.
Mãe/Pai não faz os TPC pelas crianças.
Mãe/Pai disponível para esclarecer qualquer dúvida
Mãe/Pai sem stress.

Concordo com tudo!
Regra de ouro: TV desligada! Fechar computador!

E porque não fazer o TPC com um amigo(a) na mesa do café?
Assim nem que seja só às vezes, para variar, e aproveitar estes fins de tarde enquanto o escuro e o frio não nos mandam logo para casa!?
Ainda assim cumprem-se algumas das condições acima mencionadas!
Eu diria até que quase todas e acima de tudo a regra de ouro!!

Há lá coisa melhor para uma mãe não stressar?
E para pausa, ir petiscando uns tremoços e jogar às escondidas!

Eu cá acho que não faz mal nenhum!
É uma questão de gestão de tempo!
E de alguma sanidade mental, para voltar lentamente ao ritmo pós férias (nós e as crianças!)


Sou adepta de mudar de ares para estudar.
Não vejo muito mal nisto.


E aproveitar uns restinhos de sol?
Até dá para juntar a um piquenique!
Haverá melhor iluminação e mesa espaçosa que isto!?
E tudo feito antes do jantar!
Ainda temos muito inverno pela frente para manter as regras todas...




sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Os Quandos


Além dos Porquês tenho alguns dúvidas em formato temporal transformadas em "Quandos".


Os Quandos maternais 

Quando:
- passamos a ser pais chatos?
- começam a revirar os olhos quando damos uma sugestão?
- começam a duvidar e questionar o que dizemos?
- é a melhor altura para terem telemóvel?
- podem ir sozinhos para a escola?
- lhes damos as chaves de casa?
- passam a ter mesada?
- farão o que dizemos à primeira?
- o que dissermos entrará a 100 para sair a 1000?
- chegará o dia em que não é preciso dizer para lavar os dentes?
- podem descascar a fruta com facas a sério?
- podem cortar as unhas sozinhas?
- deixarão de nos dar a mão na rua?
- deixarão de correr para nós para grandes abraços?
- deixarão de escrever papelinhos a dizer "Adoro-te"?
- deixarão de nos sussurrar ou dizer em voz alta "És a melhor mãe do Mundo!"



Os Quandos quarentona

Quando:
- passamos aos cremes anti rugas para pele "madura"?
- se deixa de disfarçar os brancos em tentativas falhadas e se toma a decisão definitiva de os tapar? (Será por percentagem de cabelos?)
- começamos a achar que não temos idade para certas roupas?
- começa a meia idade?

Para alguns destes Quandos as respostas foram chegando junto com a necessidade, sem programação. Outras sem aviso prévio.
Para uns quantos Quandos preferia ainda não ter a resposta!
Para outros nunca terei!
Para outros esperava nunca vir a ter....


Lembrei-me agora de um Quando antigo da fase bebé I.
- Quando deixamos de esterilizar biberons?
E para este veio a pronta resposta do pediatra:
"Quando virem a criança com os chinelos na boca."

Os Quandos vieram para ficar!



quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Com ou sem?


Viagens a quatro vs viagens a dois.


Todos os anos gostamos de dar corda às botas.
Costumamos fazer uns dias de caminhadas, geralmente em zona de montanha. 
Não se assemelham a férias debaixo de palmeiras com uns mojitos, mas sabem quase ao mesmo por estranho que pareça, e mais low cost!
Andamos ao nosso ritmo numa espécie de "logo se vê".
A sensação de estar em sítios onde só se chega a pé e depois de algumas horas é do mais anti stress que conheço.

Claro que para as crianças estas caminhadas ainda são duras. Pelos percurso, pelas distâncias percorridas, e neste último caso pela altitude e frio! E por essa razão, vamos a dois.
Já não vou livre, nem despreocupada, apesar de ficarem bem entregues e entretidas.
Fica cá sempre uma parte de mim.
Dou comigo tantas e tantas vezes a pensar "Elas íam gostar disto", mas também a pensar "Isto com elas seria mais complicado".

Tinha a ideia que à medida que elas cresciam ía ser mais fácil fazer estas escapadelas a dois.
Para ambas as partes. Sim e não.

Talvez porque já tenham noção que vamos sair.
Porque já saibam quanto dura uma semana.
Porque já verbalizam as saudades.
Porque já gostam de conhecer sítios novos.
Porque também gostamos de partilhar com elas estas aventuras.

Por outro lado tenho a ideia que estas escapadelas tendem a acabar por um tempo para depois recomeçarem. Aquele pouco tempo em que nos vão querer acompanhar para quase a seguir acharem que vai ser uma seca viajar com os pais.

Confesso que sair do país com elas traz-me outro tipo de inquietações/ preocupações.
Admiro a aparente descontracção dos pais de outros países que andam por cá, com 2 ou 3 crianças pequenas. Fazem com que toda a logística pareça fácil…transportam tudo; as crianças parecem dormir em qualquer lado; a comida não é problema.
Para certos destinos causa-me alguma apreensão...uma das questões é por exemplo básica: a alimentação! Demasiadas especiarias, ingredientes fora do habitual, a juntar a 2 meninas muito pouco dadas a aventuras gastronómicas.

Claro que há sempre a opção das palmeiras....sem os mojitos, claro!
Mas também já começam a gostar de fazer uns trilhos e já têm o "bichinho" das viagens!

Depois temos as férias a 4. Muita agitação e dias preenchidos de sol a sol!
Adoro as férias com elas. Fazer planos de saídas, de passeios, mesmo que cá dentro.
Com elas prefiro saborear a praia, que não dispenso.
Partilhar mergulhos e gelados. Apanhar conchas, ver o pôr do sol e escolher as cores dos teréres.
Penso mais nas refeições, nos lanches. Os horários são outros. O ritmo também.
Caminho menos mas canso-me mais. Leio pouco. Correção: Não leio.
Não é preciso muito para dias como estes ficarem para sempre na memória delas e nas nossas!
Este ano foi assim! E soube-nos a tanto!



Pode não ficar bem dizer que gosto de férias a dois.
De dias em que consigo dizer frases inteiras.
Em que consigo ouvir os meus pensamentos.
Em que leio um livro de seguida se me apetecer.
De silêncios.
É como um carregar de baterias para dar início ao novo ano!

E cá para mim, acho que elas também gostam de fazer férias de pais!!



sexta-feira, 19 de setembro de 2014

IR


Gosto deste verbo.
IR
São as iniciais das minhas filhas.
Dá para IR ou para RI.
Gosto das duas combinações embora os nomes não fossem escolhidos a pensar no que dariam as iniciais juntas.

Quando fiz 40 anos recebi uma mensagem de uma agência de viagens, a Papa-Léguas.
Foi com esta frase que me deram os parabéns:
"As nossas viagens poderão não lhe dar mais anos de vida, mas seguramente darão mais vida aos seus anos"

É isso que sinto quando viajo.
Que dou mais vida aos meus anos. Vida à minha vida.
Enriquece-me....pelo menos a alma!

Apesar de ter boas recordações de infância dos sítios onde passava férias com os meus pais, dou comigo a querer variar quando penso em dias livres. Mesmo que o destino seja o mesmo tento variar o hotel, a casa, a praia, os chinelos.... Não sei se faço bem....as minhas filhas passarão a ter várias recordações distintas, de lugares diferentes e não dos mesmos sítios, daqueles aos quais passamos a pertencer como se fosse uma segunda casa.

Viajar está-me no sangue.
Pode ser porque associo à fotografia.
Porque alguns destinos os escolho por pensar nas fotografias que lá hei-de tirar.
Pode ser só vontade de conhecer sítios novos, cultura, tradições e costumes.
Necessidade de me deslumbrar.

Porque estou com o Dalai Lama, "Uma vez por ano vá a algum lugar onde nunca esteve antes".
Sábias palavras.


Pode ser cá dentro.
Pode ser perto.
Pode ser acampar.
Pode ser a pé.

Uma viagem não tem que ser longa, nem longínqua.

Basta IR para dar vida aos meus anos!
Este ano já tenho a minha cota de "lugares novos", uns mais longínquos que outros, é certo.
Não tenho uma lista pequena de sítios onde gostava de ir.
Talvez não tenha anos que cheguem...



Do que mais gosto, é das histórias que guardo, das imagens que trago, dos cheiros que marcam, de pormenores que nos mudam.

Nem que estejam ao virar da esquina...












quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Factos - 2

Da vida. Da minha e da que me rodeia.

É Setembro.
Hoje vi papel de embrulho de Natal à venda.
Não pensei que a chuva viesse para ficar.
A R foi para a escola com leggins por cima dos calções de pijama. Não foi de propósito.
Hoje calcei sandálias.
As casas ainda estão quentes.
As cantorias dos caloiros não diminuem na razão direta do volume da precipitação.
A minha intolerância com gente que me remexe as entranhas mantém-se.
O meu relógio está parado nas 12h30 e ainda não tinha reparado.
Dá-me o sono no cabeleireiro.
Cada vez conheço menos gente nas revistas dos famosos.
Não consigo acordar mais cedo para preparar grandes pequenos almoços.
Os dias estão mais curtos.
A minha paciência tem cada vez mais limites.
Há instantes que mudam o curso do dia. Uns para pior outros para melhor.
Ainda é verão.











terça-feira, 16 de setembro de 2014

Arranque!


O sono teima em organizar-se.
O corpo resiste à entrada nas rotinas.
A mente não acompanha o passo acelerado e ansioso da rentrée escolar.
O dia parece reduzir-se a meia dúzia de horas de tempo útil.

Dava-me bem com o deitar cedo e cedo erguer.
Sinto que me desligo como os geradores na selva. No máximo às 22h.
Sinais do fuso horário ou da falta de altitude.
Talvez seja do cinzento das caras, da ausência de cor ou de sorrisos espontâneos.

Ouvi alguém dizer em tempos que o "regresso consegue ser avassalador".
Não encontro melhor palavra para este regresso.

A minha unha do pé, pisada num dos melhores trilhos que já fiz, acusa a falta do chinelo de dedo.
Está lá para me ir trazendo num ligeiro latejar momentos de Peru que me saltam dos poros.
Sei que ainda não absorvi tudo. Falta-me cimentar e organizar o que tanto me deslumbrou.
Ainda não me sinto cá de alma.

Estou em processo de adaptação. Guardei as botas de caminhada.
Regressei ao nível do mar. Ao atlântico.
Voltei a usar relógio.

Ontem para uma e hoje para outra foi o arranque de mais um ano letivo.
Dia de acordares sem despertador depois de adormeceres com borboletas na barriga.
A R resolveu a questão da melhor forma: "Mãe tenho que ir dormir rápido que assim a noite passa mais depressa e quando acordar já é escola". 
Acompanho-as nas ansiedades, no sono perturbado e nos despertares madrugadores.

Logo no 1º dia esqueci-me da lancheira da R.
Começa bem!

Prestes a entrar no ritmo alucinante de dias preenchidos.
Ontem foi só o ensaio geral.


Um feliz 2014/2015!
Bons regressos