terça-feira, 30 de junho de 2015

E perceber?!



Não é fácil de perceber desde tenra idade que a palavra amigo não é assim tão abrangente.
Não cabem todos no mesmo saco.
Que são poucos os que pela vida fora mantêm esse estatuto. Que os que ficam por perto são os que gostamos mesmo e nos fazem bem, mesmo que a distância ou o tempo aparentemente os afaste.
E perceber?

Este crescimento doí. As desilusões são das piores dores. As atitudes magoam.
E magoam mais quando chegam de quem menos se espera.
É um processo de aprendizagem, um "abre olhos" que acaba por se tornar num processo de seleção.
Há um dia em que desistimos. Fechamos o coração e a mão a quem se dizia amigo.

A mim doí-me mais ainda quando as desilusões são as delas.
Quando são elas que passam por estas dores.
Quando crescem e percebem que afinal amigo é uma palavra para poucos.
Que as BFF mudam demasiado rápido.
E perceber?

Mas depois fico feliz cá por dentro. Comovida e feliz.
Porque sabem distinguir quem lhes faz bem, com quem vale a pena estar.
Afastam-se. 

A I começou esse processo já há uns anos.
A R, apesar de sempre ter sido seletiva a convidar amigos para as festas de aniversário, ainda assim falava mais alto ter companhia do que brincar sozinha.
Há dias disse-me isso mesmo.
Com todas as letras. Com ar de crescida. Com ar de quem sabe bem o que diz.

Ontem, numa sequência de brincadeiras com batota, seguidas de injustiças e tentativas de gozar com os mais pequenos.....desistiu. 
Foi como que a gota de água num processo de tentativas de tolerância.
A irmã já tinha desistido.
A R insistiu, apesar de saber bem com o que podia contar.
Quando da injustiça e batota o alvo era menina mais nova de todas, o copo transbordou.
Disse o que tinha a dizer e afastou-se, trazendo a menina.
Gosto de as ver a identificar o que lhes faz mal desde cedo.
A decidir se ficam ou se se afastam.
Perceber custa.

.....triste fico por ver como e quem serão certas crianças no futuro...

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