domingo, 10 de janeiro de 2016

Mensagens do universo

Mais um fim de semana. O segundo do ano.
Ainda não parou de chover. Este Janeiro está encharcado.
A roupa lavada está na mala do carro. Nas lavandarias há fila quase até à porta. Apesar da tentação de me sentar ali sem nada para fazer, resisto.

Tenho dores no corpo todo. Felizmente ainda não é reumático, mas 3 horas a arrumar a cozinha é coisa para equivaler a várias aulas de ginásio com personal trainer. Que pena tenho de não ter um contador de calorias queimadas para me sentir mais realizada.

Para o que me havia de dar. E nem é Primavera...não estamos em maré de limpezas profundas.

A ideia era só tratar das casas dos animais...a gaiola do Nico e a casa de banho da Maggie. Ela até me acordou e eu sei que quando ela anda muito à minha volta precisa da casa limpa!
Quanto à gaiola do Nico decido levar a base diretamente ao contentor do lixo. Não porque queira poupar em sacos de plástico, mas porque esta ação de despejo dentro de casa dá sempre asneira e acaba geralmente com uma parte da porcaria no chão. E assim foi. Mas fora de casa. Ía caindo nas escadas e como tal, zás....metade da porcaria espalhada em pelo menos 3 degraus.
Abro a porta da rua. Chove copiosamente. Assim que ponho um pé na rua percebo que calcei umas botas que têm um rasgo por baixo. Consigo, com sucesso, despejar o restante no contentor, apanhar uma molha e ainda ter direito a varrer as escadas, e voltar ao contentor!

Eu sei que "Nada acontece por acaso", mas, nestes casos gostava de saber onde está a grande mensagem do universo. Preciso de me sentir grata por ter animais? Precisarei de comprar umas botas? Preciso de ir ao ginásio?

É quase hora de almoço. Em menos de nada entrará uma miúda esfomeada pela porta adentro e tenho a cozinha em pantanas. Começo a pensar porque guardo embalagens de chocolate em pó vazias....Coisas de mãe que sabe que um dia destes pedem uma lá da escola. É nestas alturas em que penso que devia ter ficado quietinha e focado as minhas energias no almoço. Coisas à hora certa. Dar prioridade à fome.
Olhando para o estado da cozinha diria que o almoço não está nos planos para os próximos dias.
Juntaram-se sacos de compras que acabaram de chegar, os brinquedos da gata e água que parece nascer do chão junto ao lavatório.
A I vem ajudar a tratar do Nico.
Devia ter comprado pizzas. Sempre era só abrir o forno.
A miúda continua a insistir na fome. Eu sei que já são horas, eu sei...
Lá tenho que transformar a cozinha num local acolhedor antes que me acusem de desleixo e maus tratos.
Pelo menos deixei as gavetas sossegadas e não me meti com o armário dos detergentes.

Ainda assim descobri que há sítios que a minha empregada desconhece... e certos objetos, que pelo fim a que se destinam, não devem merecer melhor destino. A pá e o balde do lixo servem para isso, lixo, mas não quer dizer que não possam ver água. Ela bem diz que "Eu cá só trato das cuecas do doutor!". Apesar da estranheza da frase, tem uma lógica explicação - é que sendo o único homem da casa, são as únicas que ela distingue e sabe arrumar no sítio certo - mas não a iliba do resto. Ao guardar copos de Gin, descubro outros de Nutella vazios. Muitos. Mesmo. Foram promovidos ao armário da sala e acompanhavam agora os cristais, prenda de casamento.
Há uns bolores estranhos por baixo da pia. Só me lembro dos episódios do Dr. House e de alguma doença pulmonar estranha que vou apanhar por respirar isto.
O que se descobre na nossa própria casa!!!...

Continuo a pensar nas mensagens do universo....Preciso de mais tempo em casa? Preciso de desistir da empregada? Preciso de me organizar mais? Preciso racionar a Nutella? Talvez limpar os cristais?

Apesar do fogão estar organizado para pensar no jantar, conseguimos almoçar depois de instalados os animais.
Recusei mais ajuda porque nestas alturas a ajuda implica perguntas e respostas e tende a complicar mais do que simplificar....pelo menos os nervos.
A tarefa da limpeza prolongou-se por parte da tarde.
E assim que estiver tudo limpo e no sítio, deve vir uma das miúdas dizer que tem fome e quer lanchar. Já estou a imaginar as facas fora de sítio, as migalhas....
Acho que vou mesmo proibir a entrada de todos até à hora de jantar. Só para ter a sensação de cozinha limpa e arrumada aí por uns 15 minutos e para sentir que estive a fazer algo de verdadeiramente útil!

Ainda não foi desta que desfizemos a árvore. Mas agora que olho para ela reparo que a gata tem feito a sua parte. Se a deixar ali, talvez pelo Carnaval esteja sem qualquer enfeite.


Acho que o Universo me quer mesmo dizer alguma coisa.




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