sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Há caracois!

Gosto de caracois.
Lembro-me de acompanharem o nosso verão algarvio quando era miúda.
Pires de caracois cheira a Verão.
Lembra esplanada, praia, calor e chinelos no dedo.
Passei anos sem comer para depois na faculdade encontrar amigos fãs deste petisco e retomar o hábito do palito e do pires, mas longe da praia.
O ano passado fui com a mais nova à praia e nem de propósito, um cartaz: "Há caracois!"
Nem pensei duas vezes. Lá veio um pires.
Ela ainda olhou de lado mas lá provou! E repetiu.
Estranhou mas foi picando. Achou piada à técnica do palito.

A mais nova é amiga do petisco, apesar de outras esquisitices.
Este ano repetimos na mesma esplanada da mesma praia. Só as duas. Nada combinado. Calhou.
Desta vez foi ela que me perguntou se eu não queria caracois. Repetiu a prova mas com ar menos aventureiro que no ano anterior. Acho que estes eram maiores...
Ela encontrou um no prato que parecia o pai da família toda. Esse até a mim me fez impressão...
"Mãe, só te deixo comer mais se comeres este!!! "
Lá teve que ser!
Ela ficou-se mais pelas batatas fritas.

Acho que iniciámos uma tradição....embora ela preferia as ameijoas à bolhão pato!
Olha miúda, também eu!




Malas em viagem

Há alguns anos decidi mudar o nosso modo de viajar. Ou melhor, mudar o modo de transportar roupas, calçado e traquitanas....

Uma mala de viagem por cada um de nós, passou a ser a nossa forma de IR.
Quer seja a casa dos avós, quer seja de avião, quer seja de carro, para férias de uma semana, quinze dias ou só 3 ou 4.
Aqui a única excepção foi nas férias de autocaravana, em que malas não são precisas...

Nem sempre foi assim.
Geralmente numa mala maior seguia a minha roupa e a das meninas. A do pai sempre viajou separada. Talvez por isso ele não tenha compreendido bem a necessidade de cada um(a) ter a sua mala.
Na altura em que comprei uma mala para cada menina, as cores preferidas eram azul e rosa, pelo que a escolha foi fácil e harmoniosa.
Demorou, mas uns anos volvidos o pai da casa deu-me razão.
Foi a melhor opção.

Vejamos:

- Cada uma pode colocar na mala o que quer levar. Depois eu dou um jeito às decisões menos acertadas.
- Cada uma sabe exactamente que é na SUA mala que estão as SUAS coisas.Não evita, no entanto, as perguntas " Mãe, viste o  meu casaco?!" e outras do género...
- Gostam de transportar a SUA mala. Nisto ajudam as rodinhas.
- Evitam-se sacos e saquinhos disto e daquilo espalhados pela mala do carro e que o pai da casa detesta.
- A minha roupa deixa de estar remexida....a não ser por mim!
- Além da mala grande só levam mais um saco de pano/mochila para coisas de ter por perto no carro / avião/ o que for.
- No caso da R, a mala serve até para poisar os pés durante a viagem, caso contrário começa a queixar da dormência dos mesmos 10km depois.
- Nas viagens avião lowcost é o ideal para o conceito "uma mala/pessoa na cabine".

Nesta altura do ano, as malas delas estão quase sempre meias feitas....
Já houve alturas que quase nem saíam da entrada de casa, tal era o corrupio do entra e sai.
Chego até a deixar dentro das malas roupas de verão/ praia até ao ano que vem.
O problema é viajar no Inverno e ter que tirar tudo...mas pronto, caso contrário já está guardada e poupa-se o pouco espaço que resta nos armários.
Estas não são de nenhuma marca famosa, não foram nada caras e têm durado muito.
Ou isso, ou as viagens são poucas.


quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Cenas da "mai nova"

*
Na padaria da vizinhança onde conhecem a R desde sempre.
- Esta miúda é esperta!
R - "E isso é bom ou é mau?!"

*
Encontramos um biberão da água, dos tempos de bebé da R.
Quando o viu reparou que não estava completo.
- "Falta a teta." disse ela.
Eu - Não se diz assim. Não é teta...
Estava pronta a rectificar mas ela adiantou-se:
- "Ah já sei: Testículo!"
Eu - Tetina!!! - consegui responder depois de parar de rir.

*
Ao sair duma praia de areia fina, daquelas que requerem todo um processo de limpeza antes de vestir e calçar o que quer que seja em zona areia-free, a R disse "Depois mudo de roupa no tejadilho".
Fiquei a olhar para ela uns segundos... Tejadilho?!
- "Sim, ali em cima!" - e apontou para os passadiços de madeira.

*
Sempre foi perita em baptizar as coisas com nomes inventados por ela, principalmente algumas partes do corpo.
A última desta série são as "bochechas do rabo", para adivinhem lá?! Nádegas, pois está claro!



terça-feira, 16 de agosto de 2016

Reciclar rolhas de cortiça


A ideia veio daqui, e achei o máximo!!!

Aproveitamos um 15 de agosto de ficar por casa, para fazer um quadro de cortiça verdadeiramente original.

Aqui fica como fizemos o nosso:

1 - Aproveitar as rolhas que havia por casa. Estas estavam guardadas num frasco, prontas a reciclar. São rolhas que saltaram em festas de aniversário, das garrafas do avô F, de jantares...



2 - Quem não tem rolhas, pode comprar....mas nunca pensei que fosse difícil...
Estas, em embalagens de 2 rolhas são duma loja chinesa, mas não têm metade do encanto de rolhas usadas. Sempre pensei que rolhas de cortiça se vendiam em sacos, às 100 ou mais, de cada vez! Mas sendo feriado nem deu para ir ver em lojas da especialidade (nem sei bem quais serão nos tempos que correm).



3 - Uma moldura à escolha. Retirar o vidro.



4 - Cortar as rolhas a meio! (Não precisam de uma faca tão grande mas a máquina da loiça estava a trabalhar!). Não é muito fácil, mesmo utilizando um x-acto, por isso o melhor é ser um adulto a fazer esta parte. Neste caso a R fez pose para a foto...



5 - Colocar cola para madeiras nas rolhas e aplicá-las na moldura a gosto.






6 -  Para dar um toque mais colorido, escolher as cores favoritas, neste caso partimos das cores primárias. Pintar a gosto.







Et voilá!
Quer dizer.....não está pronto ainda, mas a ideia é esta.

Não tínhamos rolhas suficientes.... e acho que as rolhas com marcas de vida ficam bem melhor do que as compradas. Adoro ver os furos do saca rolhas, as diferentes texturas e tamanhos, a cor do vinho tinto - enfim, são rolhas com história!
Aguardamos mais rolhas, até porque as miúdas também querem um para os quartos.
Vai servir para pôr os horários, bilhetes, fotos de amigos, recados...

Este, quando estiver pronto vai para a cozinha ou entrada para organização familiar e já para os arranques em Setembro.



sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Nico


De um dia para o outro perdemos o Nico. O nosso Porquinho da Índia.

E há dias assim.
Em que choramos as lágrimas todas.
As que se acumulavam de muitas feridas mas nunca saíram.
Chora-se o inesperado, a rapidez com que a morte chega e nos apanha de surpresa, a impotência perante ela, o querer fazer mais e não estar nas nossas mãos, as coisas que tomamos como certas, as batalhas perdidas, os vazios que incomodam, os silêncios que aparecem, outras perdas, fins.
Choram-se memórias, saudades que existem e outras que hão-de chegar.

Hoje o Nico tornou todas as perdas mais reais.
Lembrou que as famílias não ficam iguais para sempre.
Que afinal ser mãe é também não resolver tudo. Não lhes arrancar a dor. Sofrer por e com elas.
"Hoje todos fizemos a nossa parte", foi a frase que ouvimos da veterinária e que a Raquel repetia ao deitar.
É importante saber disto. Saber que não há culpa embora ela ande por aí à espreita. Como chegou ele ao estado de "critical care"?; como lhe cresceram tanto os dentes e não reparamos?; como ficou tão magro?; porque deixou de comer?...

Era só um porquinho da índia, mas esteve na nossa família quase 3 anos.
Teve direito a um desenho de boas vindas e a outro de despedida.
Chegou e partiu num dia 5.
Esperamos que tenha tido uma boa vida aqui connosco.







terça-feira, 2 de agosto de 2016

Água na boca


Quem lia os "Cinco" conhece bem as descrições das mesas de lanche, ou do conteúdo das cestas de picnic. Era de salivar, mesmo sem imagens e muito menos a cores!
Não pretendo fazer o mesmo. Mas ele há dias cá em casa de fazer crescer água na boca.

Aqui vai, assim à livro dos Cinco, mas em versão "True Colors".

"Uma destas noites as minhas meninas decidiram fazer juntas o jantar. Ou melhor, uma entrada e um prato principal. À Chef! A mais nova quis mostrar uns enroladinhos de massa folhada com fiambre e queijo ralado, que aprendeu a fazer na semana europeia da Qtª onde adora passar uns dias das férias de Verão. A mais velha, que este ano fez mais um curso de culinária, Chefs de Verão, fez o seu prato de assinatura: bifinhos de frango enrolados em bacon e recheados com mozarella, cogumelos e espinafres, servidos com tagliatelli e salada.
Hoje foi mais um desses dias. Encostaram a porta da cozinha e de lá só saíam aromas e sons de tachos e às vezes a mais nova, que vinha perguntar se preferíamos isto ou aquilo. Tivemos direito a baguette torrada com bacon grelhado, hamburgueres feitos em casa e recheados de queijo Cheddar, espinafres salteados, ovos estrelados e batatas fritas de palito. Tudo Top!"

Eu sei, eu sei.
Sou uma sortuda!!
Espero que esta vontade de cozinhar não seja só uma fase!
Acho que a mais velha tomou-lhe o gosto e a mais nova segue-lhe os passos.
A mim, e ao pai, nestes dias calhar a melhor parte: Provar! ..... logo seguida da pior: Arrumar a cozinha! (mas até neste aspecto já estão a melhorar!)