terça-feira, 27 de novembro de 2018

Tarte de maçã - a receita!

A pedido, aqui fica a receita da Tarte de Maçã à moda da Vovó Donalda. Aquela que nos livros de Banda desenhada aparecia na janela a arrefecer. Quem se lembra?
Achei piada a esta receita que retirei dum blog brasileiro há uns anos, por ser a única tarte em que a maçã não é colocada apenas por cima da massa e não se utiliza massa folhada. Desde então é habitual na nossa mesa. Cá em casa é um sucesso (apenas entre os adultos) e é a única tarte de maçã que o pai da casa gosta.

Massa:
2 chávenas de farinha
2 colheres sopa açúcar amarelo
200g manteiga derretida
5 colheres sopa água (pode variar conforme o tamanho da chávena de farinha)

Recheio:
6 maçãs *
sumo de 1 lima
2 colheres de sopa de farinha
2 colheres de sopa açúcar amarelo (a gosto)
canela a gosto

* segredo 1: uso 5 maçãs e 1 pêra

Misturar a farinha e a manteiga derretida numa taça. Adicionar a água. Amassar com as mãos e formar 2 bolas que se colocam no frigorífico.


Enquanto a massa arrefece descascar a fruta e cortar em pedaços pequeninos.
Adicionar o sumo de 1 lima, a farinha e o açúcar e misturar.
Juntar canela a gosto.

Pegar numa das bolas de massa e estender sobre uma superfície lisa utilizando um rolo. Colocar farinha para não agarrar. Uso uma forma de fundo amovível mas pode ser uma forma de tarte normal.
Transferir a massa para a base da forma. Colocar por cima o preparado de fruta.



Fazer o mesmo à outra bola de massa e tapar a tarte.
O excesso de massa no rebordo pode ser retirado ou utilizado para fazer a decoração da tarte, caso a habilidade seja um dos vossos dons.
Picar a massa com um garfo para que a tarte respire durante a cozedura.
Pincelar com gema de ovo para ganhar alguma cor
Vai ao forno, 180ºC durante uns 25/30 minutos (Pelos buraquinhos do garfo dá para ver o recheio a borbulhar).



Sugestão: Comer ainda quente e com uma bola de gelado de baunilha a acompanhar.
É de comer e chorar por mais!
Bom apetite!



sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Cíes, um paraíso por perto


Tanto ouvi falar que tinha que ir ver com os meus olhos. Para 3 dias/2 noites de férias em família decidimos acampar nas Ilhas Cíes, Galiza.
Reservamos com alguma antecedência uma tenda com 2 camas de casal (Camping Ilhas Cíes). Esta reserva inclui a autorização da Junta da Galiza para aceder ao Parque Nacional e que chega via email, com uns pré-códigos que permitem fazer a reserva da viagem de barco. Optamos pela empresa Mars de Ons e fizemos a compra dos bilhetes uns dias antes. Com tudo tratado e impresso seguimos até Baiona de onde saímos para as ilhas. Marcamos a ida para as 16h, já que o check in no Parque se faz depois das 14h. Assim ainda deu para umas tapas, gelados e voltinha por Baiona.
A viagem faz-se bem e demora uns 45 minutos, sempre com a ilha e a costa ao alcance da vista. Esqueci-me de levar comprimidos para o enjoo mas ninguém acusou essa falha. A mais nova foi quase sempre em pé a curtir a viagem ao pé do pai.





O caminho até ao parque é feito a pé. Não sou muita boa a calcular distâncias mas talvez uns 400m. Não há carros nem motas na ilha, nem sequer bicicletas! Cada um levou a sua própria mochila mas há também uns carrinhos de mão para ajudar no transporte. O que ocupou mais espaço foram mesmo os saco camas e toalhas de banho/praia. O parque fornece almofadas e um conjunto de fronhas e lençol. Escusado será dizer que a vista mar é incrível!

















No parque temos acesso a água quente grátis para banhos em 2 períodos do dia, o que chega bem. Há uma zona para carregar telemóveis e baterias com vigilância. Existem 2 restaurante para pequenos almoços e refeições dentro do parque e um outro logo na zona de desembarque dos barcos. Há também um mini mercado. Há esplanadas com vista top, sendo uma delas mesmo ao lado dum género de kids club. No parque, ao contrário do resto da ilha, existem caixotes do lixo e duas fontes de água potável. Optamos pelas refeições no restaurante do parque, onde se come bem e sem preços extravagantes, mas percebe-se que há quem leve fogareiros e malas térmicas e que cozinhe ou aqueça as suas refeições.
De noite ficam na ilha apenas as pessoas instaladas no parque e temos a companhia das gaivotas e de um céu de milhares de estrelas. É um privilégio encontrar a praia sem ninguém antes dos primeiros barcos da manhã. As gaivotas são demasiado aventureiras e se não tivermos cuidado roubam facilmente comida das mesas de esplanada ou das toalhas de praia.
Além das praias de água azul turquesa, gelada mas linda, podem fazer-se várias caminhadas até às extremidades da ilha, onde estão os faroís. Estão assinaladas, e há informação sobre a distância em km e tempo estimado. A mais longa é a do Faro do Monte Faro que o pai da casa fez em modo corrida enquanto as meninas faziam sessões fotográficas. Fizemos os 4 a do Faro da Ponta e a do Faro do Peito.
Na caminhada para o Faro do Peito encontramos um spot para mergulhar das rochas, onde até eu me aventurei apesar da água fria. A verdade é que nem dá muito para pensar nisso.
Quanto a praias, a mais famosa e ocupada é a das Rodas. Uma mais pequena e linda é a de Nossa Senhora, que se vê na caminhada do Faro da Ponta, e outra de nudistas mas que todos frequentam na mesma é a de Figueiras. Todas valem uma espreitadela.

Não há muito mais para fazer nesta ilha, a não ser aproveitar a esplanada para unas cervezas e cacahuetes o que a torna única e ótima para o descanso!

Ficamos 2 noites, tempo qb para apreciar a ilha e no regresso ainda fomos brindados por um grupo de golfinhos que nadavam ao longo do barco. O check out do parque è às 12h , mas é possível deixar as coisas guardadas numa tenda. Saímos da ilha no barco das 16h50.

Recomendo para aventura de família e experiência fora do comum. As miúdas da casa adoraram!
Na verdade não há muito mais a dizer, a não ser apreciar as imagens que nem sempre fazem jus à beleza natural deste sítio.


    Vista da Praia de Figueiras, na caminhada para o Faro do Peito


   Acesso à Praia de Figueiras


    Praia de Figueiras


   Praia de Rodas (acesso pelo Camping)

    Praia de Nossa Senhora, vista da caminhada para o Faro da Ponta   

    Cena digna dum documentário da National Geograpfic, Mãe gaivota alimenta as crias (com o que   rouba na praia)

    Faro da Ponta

    Praia das Rodas, de manhã antes da chegada dos barcos

   Praia das Rodas. Muito fácil tirar fotos sem ninguém na água!

    Praia de Rodas, zona de chegada à Ilha.

    Lá ao fundo o camping no meio dos pinheiros




    O spot de mergulho, mesmo no final da caminhada até Faro do Peito.







terça-feira, 14 de agosto de 2018

Quem vem e atravessa o rio...

Devia ter pensado nisto mais cedo. Uns 10 ou 15 anos. O Porto está à pinha. E não era ainda Agosto.
Numa esplanada fomos atendidos noutra língua. (ou então era um sotaque muito cerrado, que aliás absorvo com uma certa facilidade). Pelo menos o preço do café não estava ainda inflacionado.
Adoro o trato por "menina" que só fica bem no Norte, digam lá o que disserem.
O Porto sempre foi para mim a cidade Distrito nos documentos da escola. Era onde tinha que ir para tratar de papelada, onde me candidatei à faculdade, onde fiz as específicas, onde fui ver se tinha sido colocada e onde cheguei a ser caloira por 1 semana. Era destino de compras na afamada Stª Catarina, 31 de Janeiro ou Cedofeita. Foi lá que comprei o meu vestido de noiva. Aliás, agora que me lembro, foi no Porto que decidimos a data em que íamos casar. Tantas foram as viagens de comboio que cheguei a decorar as estações todas Póvoa - Porto. Mais tarde, quando passei a caloira na cidade dos estudantes, a Stª Catarina, a Trindade, a Batalha e até S. Bento passaram a entrar no meu circuito de viagens Póvoa - Coimbra em ritmo semanal.
O Porto tem assim algo de familiar mas nunca o conheci como turista.
Passava todas as semanas em frente ao Majestic, que acho que só saltou para as bocas do Mundo pela boca do Abrunhosa. Não sei quantas vezes entrei e saí de S. Bento à procura da hora do Regional e sem reparar nos azulejos. A Faculdade de Ciências fica quase ao lado da Livraria Lello (porque tinha que lá ir a J. K. Rowling?!) e dos Gerónimos. Percorria a pé muitas ruas do Porto, antes da existência do metro.

Agora que tentei ser turista e em família descobrir o Porto que não conhecia, acho que fomos tarde demais. Levava uma lista TO DO que daria bem para encher um dia:

- Livraria Lello
- Subir aos Clérigos a pé
- Atravessar a Ponte D. Luís a pé por qualquer um dos tabuleiros
- Cais de Gaia
- Ver a Casa Escondida ente a Igreja do Carmo e a das Carmelitas
- Passar na Rua das Flores
- Zona da Sé
- Escadaria junto ao funicular de Guindais, de preferência a descer.
- Ribeira e algum Dolce Fare Nienti
- S. Bento

Todo o mundo teve a mesma ideia neste dia.
A livraria Lello tinha uma fila até ao fim da rua e os Gerónimos um segurança só a  gerir a fila para a bilheteira!! Desistimos. Terei que regressar na época baixa, seja lá quando isso for.

Percebo agora porque os moradores de certas zonas dizem que nem à janela podem ir pôr as cuecas a secar que está algum turista a tirar fotografias. Tal e qual!
Até os meninos que saltam da ponte o fazem em troco duns trocos.
O Porto está famoso e ao rubro!

Da lista fizemos o que não implicava entrar e esperar em filas e que ía ficando em caminho. Não escapou a francesinha que nem precisava de constar da lista! E até para esta fomos em boa hora!
Impossível não trautear Rui Veloso, e o seu "Quem vem e atravessa o rio...". E descobrir que é mesmo assim como a letra "...Vê um grande casario que se estende até ao mar".
Em vez dum Porto bebemos um granizado carregadinho de corantes mas dos que não pintam a língua!
Os pés já acusavam muitos passos e para voltar de Gaia apanhamos um barco, só pela piada.
Ficamos pela Ribeira a ver os artistas de rua, a azáfama de turistas para os barcos de passeio e os miúdos da zona a tomar banho no rio e a causar alguma inveja à mais nova que só queria era mergulhar também!
É para voltar!











sexta-feira, 6 de julho de 2018

É de mim ou junho tinha material para durar 3 meses?!

Junho veio com tudo e em força. Sendo que o "tudo" foi bom, mas muito.

Dia 2) Exibição Parque da Cidade, na Feira Cultural. Logo na mesma tarde um Workshop de Bollywood! Apenas visitei a Feira para assistir à exibição de dança. Nos outros dias este junho invernoso não deu para muito mais além da sandes de queijo da serra com presunto que a miúda mais nova "Gosta é destas coisas".

Dia 8) Super Finais de Ginástica em Guimarães onde a mais nova foi buscar um Bronze Nacional e eu fui assistir com a mais velha, em trânsitos e perdidas à procura dum Multiusos na cidade berço.

Dia 14) Sarau da Escola com participação na Opereta sobre D. Afonso. Nos dias que antecederam esta performance teve a mãe que engendrar uma roupa medieval, com o que por lá havia, incluindo um colete de pirata, que serviu na perfeição!

Dia 16) Conforme referiu o próprio treinador é o dia SG (Sarau de Ginástica), que é como quem diz não se passa mais nada! E tinha razão. Desde o treino ao ensaio geral, às 2 sessões esgotadíssimas lá passaram o dia no convento.

Dia 17) Festa de Aniversário de quem fez anos em Maio mas andou à espera de um dia de sol!
Andava em modo "fica para um dia destes" e sempre de olho na meteorologia. Ela coitadita até já nem tinha esperança.... Mas lá saiu e com banho de rio!

Dia 29) Espetáculo de Ballet e Dança contemporânea. A estreia de um Tutu numa peça de ballet clássico e um penteado mais elaborado.

Dias 27, 28 e 29) A mais velha foi voluntária num evento desportivo de ginástica na cidade e ainda fez 2 exibições que nem vi. Aliás acho que passei 2 dias quase sem a ver!

Dia 30) Espetáculos de Dança Jazz - 2 sessões!
 
Pelo meio intensificaram-se treinos e ensaios e quem anda neste mundo sabes que são coisas distintas! (um dia destes faço um glossário para auxiliar outras mães nestas designações ginástica vs dança!). Com isto chega a logística de penteados, roupas arrumadas por dança, o tutu em casa duma amiga para que a nossa gata não lhe chame um figo, acessórios e respetiva maquilhagem!
Não parecendo sequer possível, ainda se encaixa aqui a reta final do ano letivo com os últimos testes do ano.
E mais?!
Sim, ainda há mais.
É mês de reunir documentos para as matrículas, tirar fotos tipo passe (mas isto ainda se usa?!?); ver se as vacinas estão em dia (e faltava uma segunda dose!); Escrever 30 vezes os dados do pai e da mãe e do EE.
Algures a meados ficaram as miúdas de férias e ainda jogou Portugal no Mundial!

Agradeço Coimbra ser a cidade da Rainha Santa porque apesar de não termos sido abençoados com um feriado pelo menos não houve mais atividades em torno dos Santos Populares! Não tive o feriado de S. Pedro da minha 1ª cidade, nem as fogueiras da noitada mais longa do Verão mas só a palavra "noitada" me cansa. O feriado da minha 2ª cidade chegou em Julho e em boa hora para repor baterias!

E no meio de tudo isto há a saga da procura aos bilhetes que se esgotam em 3 horas. A correria ao site da BOL para arranjar uns lugares decentes foi algo que se repetiu 4 vezes!!! E isto implica saber exatamente a que horas se inicia a venda!

É o mês do dia mais longo e supostamente já seria o prenúncio do Verão, mas deste só mesmo o cheiro das farturas e da sardinha assada, que afinal a freguesia é de Stº António. Ainda demos um salto ao S. João vizinho, mas para respirar ar de mar e tirar fotografias (em poses de ginástica, claro!)

Houve dias demasiado intensos, em que à hora de almoço ainda se faziam puxos de ballet com rede invisível, seguido de "um beijo, vai lá e até logo", disfarçado de um desenrasca-te, em jeito de input de autonomia.

E é por isto que uma mãe precisa de "férias!".
Porque depois há tudo o que não se vê.... Arranjar costureira; levar tecidos; tirar medidas; provar o tutu; lista de comes & bebes para festa; levar jantar para o espaço entre espetáculos; encomendar bolo de gomas; treinos extra ao domingo; lista de amigos para a festa e enviar convites; levar um doce ou salgado para festas na escola; dentista; fisioterapia para dores de pescoço que não aguentam tanta carga, ler recados, registar os mesmos para a memória não falhar...

Intenso mas feliz, que no fundo é o que importa!

Note to self: Não marcar mais cenas extra num futuro mês de Junho!
Note to St Peter: Para o ano vou tentar aproveitar a noitada!


quarta-feira, 30 de maio de 2018

Do it for the memories!


A adolescência não é fácil. Não me refiro aos que com eles convivem mas aos próprios.
A adolescência não é fácil para os adolescentes.
Para começar há uma designação só para essa faixa etária. Há as crianças, os adultos, os idosos e os adolescentes! Não há designação para a década dos 20, dos 30 ou 40... e trintões ou quarentões não conta! Mas há uma para uns meros 6 anos.... dos 13 aos 19! Pensando bem tudo muda nestes 6 anos! Muda o corpo por dentro e por fora, chega uma maior pressão com as notas e as médias, integração na sociedade, aceitação pelo grupo de amigos, dúvidas existenciais, decisões que condicionam o futuro, generation gap, turbilhões de emoções, responsabilidades acrescidas, imposição de regras, alguma autonomia, sensação de incompreensão, expectativas e receios.
Como alguém disse, a expressão "idade do armário" aplica-se aos pais de adolescentes! Onde os pais se querem enfiar para escapar aos revirares de olhos constantes e aos ares de frete. Ainda não cheguei a este ponto. Tenho 2 anos e 6 meses de experiência com a minha adolescente e so far so good. Talvez por isso quando ela me falou que tinham que fazer um trabalho para Inglês sobre a temática da idade em que se encontram e que todos iam falar dos malefícios da internet e do lado menos florido destes anos, percebi que não era esse o caminho que ela queria seguir. Sugeri que falasse da parte boa.
- Como assim mãe?!
Ser adolescente não é só um poço negro de onde se quer fugir. Não é uma doença que queremos que passe. É uma fase, como há tantas na vida. Terá de certeza alguma coisa de bom. O armário pode ser um closet, e todos queremos ter um!
Não serão também dos melhores anos? Será a tecnologia só má companhia ou traz o benefício de permitir armazenar centenas (quiçá milhares!) de parvoeiras, caretas, momentos dos que ficam para mais tarde recordar?! Não haverá o lado das amizades, das conversas longas, das partilhas de sentimentos, das doideiras salutares nos intervalos, das gargalhadas sem motivo, dos olhares que se trocam nas aulas, as primeiras saídas à noite, as idas à praia só com amigas, de tanto para mais tarde recordar com saudade?!
Lancei a escada e ela subiu-a.
Era preciso procurar uma imagem e falar sobre ela.

Escolheu esta, algures da internet

Escreveu um texto e falou sobre ele à turma. Todos adolescentes como ela.
Não o posso partilhar devido ao RGPT de que tanto se fala por estes dias.
Mas posso dizer que lhe apanhou o gosto e explorou a temática com garra e sentimento, explorando o melhor e não o pior. Deixou-me orgulhosa. Vi que escreveu aquilo em que acredita.
No final recebeu um Very Well da professora e muitos elogios das colegas. Talvez não tenha sido só pela fluência no Inglês, ou por ser boa oradora. Acredito que tenha sido porque concordaram com ela! Talvez ainda não tivessem pensado assim. Foi a única a falar desta idade como algo positivo.
Ser adolescente, apesar do rótulo e do que se espera, pode ser dos melhores anos. Porque não dizemos mais vezes isto aos nossos adolescentes?!

"...from the first kiss to the first car..."

sexta-feira, 25 de maio de 2018

O último dos Tween

a mais nova entrou no último dos tween, aquela idade in between.
a secção de criança já tem coisas demasiado infantis mas ela é pequena para o XS das lojas de adultos.
há muito que personagens Disney ou do Canal Panda deixaram de fazer parte das t´shirts favoritas ou dos bolos de aniversário.
é o limbo entre o "sou crescida para umas coisas"e o "sou pequena para outras".
há uns dias foi lanchar com um amiga a um "café de adolescentes" mas ainda gosta de adormecer na minha cama.
anda empenhada no seu negócio de slimes.
tem cheiros preferidos estranhos, sendo um deles o do papel higiénico.
todos os dias me diz "Adoro-te!" sem esperar resposta.
consegue arrancar-me sinceras gargalhadas.
acha que eu não estou preparada para ter outra filha crescida.
ainda posso com ela ao colo.
ainda não se encurtaram os abraços. que durem.

LY my little Quelusca!!

ainda não houve festa da rija. houve mesa colorida a chamar o verão. bolo improvisado. 12 velas. flores do campo apanhadas no dia. balões sem hélio.
cantaram-lhe os parabéns na escola, na ginástica e em casa.
mas aos 12 isto ainda não é bem uma festa.
o tempo manhoso deste maio e os afazeres desportivos e académicos ainda não permitiram agendar as festividades com amigos. e de convívio gosta ela. estava até capaz de abdicar de prendas. vamos ver o que o calendário e a meteorologia reservam para os próximos dias. ela anda em modo lista de convidados daqui e dali. e eu? será que me safo da empreitada de um bolo de 3 andares?!




quinta-feira, 3 de maio de 2018

Amor é quando...

... ele usa um prato de Natal para pôr os pastéis de massa tenra que acabou de fritar e antes de sair lava o prato

... só há um quadradinho de chocolate e uma diz que não gosta e a outra mesmo assim não o come

... ele decide ver o nível do óleo do carro porque sabe que vou fazer uma viagem no fim de semana e  não vai estar. Eu aproveito e peço para ver a pressão dos pneus e pôr água.

... ela tira a louça da máquina sem ninguém pedir

... ele vai às compras e sabe que há uns iogurtes que a filha mais velha não gosta mesmo que não saiba quais são os aromas

... acerto e compro exatamente a camisola que ela queria

... a mais nova diz-me "Adoro-te" todos os dias. Várias vezes. E eu nem sempre respondo.

... a mais velha me pede para fazer o prato preferido da irmã para o jantar, porque ela no outro dia tinha falado nisso. Sim, a mais velha também gosta mas até já tinha jantado.

Estes amores são como um relacionamento sério com a paz de alma.
Nem sempre vemos amor nestas miudezas do dia a dia, mas é lá que está...

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Love Hurts

Num destes dias a mais nova não foi ao treino de ginástica porque estava com dores de cabeça.
Aí pelas 20h30, lembra-se que faltava praticar uma música na flauta. Pensava eu tratar-se dum corridinho ou do brilha brilha lá no céu. Afinal não. Era nada mais nada menos que o "Love Hurts".
"Como? Para amanhã? Mas já tocaste alguma vez nas aulas, não? "
Lá em casa somos duros de ouvido para a música, embora quando era miúda sacasse o Bailinho da Madeira das teclas do piano.

Do pouco que sei de música sei que a Clave de Sol indica a posição do Sol na pauta musical. Mas a pauta que ela tinha não mostrava o Sol no lugar do costume .... Demorei a perceber que era uma escala diferente. Não estava preparada para isto. Escala em Fá Maior. Logo o Sol não é no mesmo sítio. Nem todas as outras notas...

No Livro vem indicado um link para apoio ao aluno mas logo por azar não conseguíamos aceder. É o que geralmente acontece quando temos pressa, fazemos qualquer coisa na véspera, ou se deixa tudo para a última!
Salvou-nos o youtube. Encontramos um tutorial brasileiro com as notas musicais do Love Hurts.... e soava-me ao Love Hurts dos anos 70. 
Sol Lá
Sol Lá
Sol Lá

Depois de 1h nisto e com a dor de cabeça a piorar, a minha e a dela, ela já sacava uns afinados Sol Lá da flauta. Mas faltavam as notas seguintes, e aí nem o brasileiro nos podia ajudar porque a flauta não era de bisel.

Suspeitei que aquele Lá do Sol Lá já aprendido e ensaiado fosse um Fá, mas não soava nada bem ou já tínhamos o ouvido treinado para o Sol Lá.
Bom, 22h, e antes que os vizinhos tocassem à campainha a implorar silêncio, ficou-se pela 1ª linha da pauta musical do Love Hurts, minimamente afinado. Seguiu no dia seguinte com a missão de descobrir como se tocava a outra linha.

Tal como previa as primeiras notas eram SOL FÁ. Descobriu ela no dia seguinte e descobri eu que depois consegui aceder ao tal link. Só pensava que raio de mãe era eu que estive 1 hora e tal com a criança a ensaiar um SOL LÁ e a achar que soava tão bem!

Uma mãe quer ajudar mas quando não tem queda, nem os tutoriais a salvam!
Saiu um insuficiente em Love Hurts.

Love (de mãe) Hurts!



segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Último dia. Pela costa Atlântica

O último dia foi passado de regresso a Tanger.
Antes de entregar o carro aproveitamos para visitar a costa banhada pelo atlântico.
Percorremos zonas extensas de praias quase vazias, vivendas, urbanizações em construção, e hotéis de luxo escondidos no meio de altos muros e vegetação cuidada. Aparenta ser uma zona em franco crescimento, uma futura Vilamoura ou algo assim.
Chegamos ao Cabo Spartel e o seu farol virado para o lado Atlântico. Existe um outro cabo do outro lado de Tanger, voltado para o Mediterrâneo.
Continuamos a reparar no facto de nesta zona os vendedores não abordarem os turistas. Junto ao Farol vendiam-se souvenirs mas não nos foi impingido nada. Uma criança fez-se à fotografia porque viu que estávamos a reparar nele e na sua ovelha mas sem pedir nada em troca. Ficou até meio envergonhado quando lhe demos 1 euro, muito mais do que ele esperaria receber...





Por ali perto ficam as Grutas de Hércules, onde consta que o mesmo terá descansado depois dos seus árduos 12 trabalhos. Há uma abertura na rocha virada para o mar, que significa a separação física dos continentes Africano e Europeu e que se assemelha ao contorno de África. Nas grutas existe uma zona mais decorada mais artificialmente e com loja de souvenirs, com entrada gratuita mas onde se deixa uma moeda ao rapaz que lá está com o seu macaco para fazer pose com os turistas. Não sou grande adepta deste tipo de utilização de animais para fins comerciais mas o macaco parecia efetivamente bem tratado e bem disposto e gostava de mimos!
 A zona de acesso à gruta principal tem um custo simbólico, e vale mais a pena visitar.





Ajuda muito fazer algum trabalho de casa antes de viajar. Levar uma lista de sítios a visitar, ler experiências de quem já por lá viajou, dicas, etc. Principalmente quando se viaja com crianças que ainda não apreciam tanto o "Dolce Fare Niente" e a pergunta mais frequente é "E agora, o que vamos ver?"

De volta a Tanger para a última tarde. Ainda tínhamos o carro por isso aproveitamos para passar pela Medina do lado de fora. A zona em frente ao mar está em renovação, com uma grande marginal e um Porto de pesca já preparado para receber visitantes que chegam de ferry. Acabámos por não explorar a cidade velha de Tanger, que se esconde atrás das muralhas voltadas para o mar, o seu Kasbah e alguns cafés famosos pela vista mar.
Ainda assim foi o qb para absorver mais um bocadinho desta cultura tão diferente da nossa.
O regresso a Portugal seria de madrugada e já levávamos saudades destas férias.